Literatura | Contos | O pequeno orfanato.

  As crianças que viviam no orfanato de Vilma eram todas carentes e antes moravam nas ruas Vilma uma mulher caridosa começou a pegar uma a uma e levar para sua casa, seu marido Ezequiel estava a ponto de abandonar a mulher, não aguentava mais ter que trabalhar e sustentar tantas crianças que ele nem conhecia. No total a mulher havia levado 18 crianças e cada vez que saia as ruas voltava com mais uma, a casa era grande, mas mesmo assim não havia espaço para colocar colchonetes mais, a comida ela fazia em grande quantidade para sustentar tantas crianças o dinheiro que recebia do aposento ela comprava todo em carnes, O marido era um serralheiro e ganhava mais ou menos bem, mas as despesas cresciam de um modo que ele não dava conta e decidiu por um paradeiro em Vilma. Chamando pela mulher disse vai ter que escolher ou as crianças ou nosso casamento, a mulher se entristeceu de uma forma que estava adoecendo, não destruir seu casamento amava o marido, mas também sentia um desejo enorme de ajudar aquelas pobres crianças abandonadas e estava amando cada uma delas. O marido observou a mulher triste e abatida e decidiu dar uma chance a esposa disse se você conseguir ajuda pode ficar com as crianças, mas vamos fazer direito vamos procurar ajuda de quem entende do assunto e seguir a lei. Vilma ficou tão contente que saiu na rua e trouxe mais dois bebezinhos que deixaram em seu portão bem na hora que voltava chegou a ver o carro que deixou, era Clarinha e Maribel duas menininhas com uns 08 e 05 meses no máximo. Após olhar o bilhete que estava junto das coisas ela descobriu que as meninas eram de uma cidade vizinha e filhas de duas irmãs que viviam se prostituindo. Ezequiel ao chegar em casa ficou surpreso com a mulher estava cheia de carinhos e havia duas senhoras bem vestidas aguardando por ele, ela conseguiu ajuda e montou um pequeno orfanato onde as crianças eram muito bem cuidadas, Vilma se tornou uma pessoa muito importante e querida pelo povo da cidade e principalmente pelas igrejas que apoiam a caridade.

A montagem do pequeno orfanato.

Quando as mulheres disseram a Ezequiel que iam ajudar a esposa a legalizar a documentação ele se assustou como ela teria conseguido ajuda de um dia para o outro, as mulheres eram assistentes sociais e estavam a dias esperando por aquela visita. Depois de tudo legalizado a documentação, o casal precisava de um espaço maior a casa era grande mas para um orfanato não era suficiente, o homem vendo a alegria estampada no rosto da esposa resolveu vender um pequeno pedaço de terra que possuía e construir uma casa própria para o orfanato assim ele fez depois de 60 dias estava funcionando o orfanato Clarinha, assim ficou o nome, as pequeninas estavam crescendo e muito belas, Vilma cuidava delas com muito amor mas sabia que um dia poderiam voltar para suas mães verdadeiras. Recebeu ajuda em doações de roupas alimentos dinheiro fraldas e mão de obra, umas senhoras das igrejas locais revezavam ajudando na cozinha na roupa e mesmo nos cuidados com as crianças que eram muitas agora passava de 30. Sempre nos fins de semana ela recebia ajuda de um senhor que doava todo leite que produzia em seu sítio para o orfanato com este leite ela dava o café da manhã para as crianças a semana toda. Um freezer que foi doado pelo açougueiro era somente para guardar o leite. Durante meses as crianças permaneciam no Clarinha e estavam felizes a espera de alguém que os adotasse ou mesmo seus pais aparecessem. A surpresa de Vilma estava chegando e ela nem esperava, quando foi a padaria pela manhã buscar os pães havia um caminhão parado bem perto do orfanato mas ela nem se tocou, quando voltou uma das mulheres a chamou e disse existe umas ai umas pessoas querendo te ver. Era o pastor de uma igreja que estava lhe mandando alimentos não perecíveis fraldas e mais um fogão industrial, um freezer novo e mais duas geladeiras grandes, uma variedade de grandes panelas e talheres de todos os gostos para as crianças. Ele estava muito entusiasmado com atitude de Vilma. Ela estava tendo dificuldades com o fogão simples que tinha   mas não havia pensado em outro, também a geladeira era a conta das frutas, as carnes ela pagava no açougue e buscava todo dia por não ter onde guardar.
A surpresa foi abençoada.


Ao atender os homens e ver tantas coisas ela se emocionou muito as crianças se ajuntaram e começaram a bater palmas os homens entregaram tudo e se retiraram, quando estava na porta um deles voltou e disse a Vilma sabe aqui enquanto eu falava com você eu me vi na minha infância eu fui crido no orfanato, mas lá não era bem cuidado assim eu sentia fome e frio o que tinha não dava para tantas crianças e os maiores como eu deixava para os menores , mas agradeço pois foi lá que me tornei o homem que sou hoje, trabalhador honesto, se tivesse ficado nas ruas eu teria virado um marginal talvez, depois deu um grande abraço em Vilma e se foi. A mulher ficou remoendo aquelas palavras tentando lembrar de onde conhecia aquela voz, meses depois eles voltaram novamente com um caminhão lotado de doações haviam ficado sabendo que estavam em apuros pois agora já passava de 80 crianças. Ao ver o mesmo homem Vilma convidou a sentar um pouco e conversarem depois de um bom café ela descobriu aquela voz era de Theo um colega de escola que vivia no orfanato e ela dividia sua merenda com ele. Abraçou o homem e chorou muito ao receber a confirmação era mesmo ele. Depois eles trocaram telefones e ele sempre aparecia agora era rico e tinha uma empresa grande e com muitos amigos ele conseguia parte das doações que levava ao Clarinha. As crianças permaneciam lá onde recebiam carinho atenção amor e educação.

Texto da escritora Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual.

-Luzia Couto é autora do Romance "Uma prisão no paraíso", á venda nas livrarias Clube de Autores (Versão Impressa) e Amazon (Versão Digital).

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