Literatura | Conto | Primas e irmãs.


  Primas e irmãs as meninas Agda e Luane sempre estavam juntas, Luane vai morar na casa de Agda depois que seus pais faleceram em um acidente de avião. Ela tinha 07 anos e Agda tinha 09 elas iam para escola juntas. Todas as manhãs a mãe acordava as filhas com muito carinho e as levava a escola que ficava bem longe em uma comunidade vizinha, elas moravam na zona rural a escola pertencia a prefeitura da cidade, e os professores vinham todas as manhãs e tardes. Sempre as primas chegavam uns minutos atrasadas devido a distância embora sua mãe as levassem de carroça, era um sofrimento todas as manhãs balançando na carroça de um lado a outro. Fim de semana elas queriam dormir até mais tarde, Delfina a mãe sempre deixava as meninas dormirem até hora do almoço, mas sempre elas ficavam sem almoçar, tomavam café e saiam para brincar com suas coleguinhas que moravam mais próximas delas. Agda disse a Anália e Anita, vamos brincar de pique esconde, mas nos galhos das árvores mais grandes. Luane disse meninas eu acho muito perigoso e nossa mãe não ia gostar se acontecesse algo com uma de nós. As amigas riram claro que não vai acontecer somos bem grandinhas, você é mais nova, então não suba apenas observe, mas ela respondeu eu vou brincar e tomara que Anita não me encontre.
     Subiram as três cada uma em árvore diferente, a menina olhou e nada de encontrar as amigas gritou pode descer não consigo ver onde estão, foi uma risada só, desceram e foram brincar de balançar nos galhos da cutieira que beirava ao chão depois de muito balançar, resolveram sentar e contar histórias de assombração. Anita pediu pare tenho medo, calma ainda é cedo elas só aparecem a noite, Anália riu e disse eu não tenho medo queria até ver uma, Luane disse eu queria ver os mortos talvez visse meus pais, tenho muitas saudades de minha mãe e de meu irmãozinho Túlio. Delfina chamou as meninas para um lanche, havia assado pães de queijo e feito goiabada era uma delícia, as amigas comeram bastante e resolveram contar mais historias só que agora no chão do terreiro em baixo de um pé de manga. A mulher ouvindo as histórias resolveu entrar no assunto e disse, mortos não voltam minha querida, eu sei que sente saudades faz 03 anos e ainda doí muito, mas um dia vai sentir saudade e não tristeza, alegre-se brinquem de outra coisa. Depois de umas horas o irmão das meninas apareceu para levar elas, se despediram e foram Agda e Luane entraram e foram recortar revistas velhas e fazer bandeirolas iam enfeitar o terreiro todinho na semana seguinte que Luane faria 10 anos. Anoite sua mãe fez bolinhos de chuva enquanto elas assistiam um filme na velha TV branco e preto. Quando foi mais tarde foram dormir e sentiram medo de assombração, o pai foi ficou com elas até dormirem. Na semana seguinte depois de voltar da escola foram enfeitar todo o quintal e as cercas com varais de bandeirolas e muitas bolinhas de ji quiri, ficou bonito o trabalho das meninas afirmou um homem que chegou pedindo água. As meninas estavam bem cansadas, mas teriam que ir na lavoura buscar verduras para a mãe e umas ramagens para os porcos que tinham presos nos chiqueiros de cimento.
     Depois das verduras colhidas e das ramagens resolveram sentar no barranco e chupar umas mexericas que haviam pegado, era bem tarde e já começava esfriar e baixar o sol. Elas cansadas da caminhada da escola até em casa, pois a mãe levava de carroça, mas voltavam caminhando pegaram no sono, escureceu e nada das meninas Delfina preocupada chamou o marido e disse era para ter voltado estão demorando vá busca-las, mas o homem estava fazendo uma mesa, era marceneiro não deu ouvidos, a mulher saiu pedindo a Deus para proteger as filhas, neste tempo Luane sonha com sua mãe e começa andar como se fosse ao encontro da mãe, Agda continua dormindo não percebe a prima andando, o coração de Delfina pressentia o perigo e suplicava pelas meninas, a menina sonha que a mãe a chamava para ir com ela e caminhava em direção a um buracão que tinha bem no meio da lavoura, já havia morrido vários animais no abismo que se formou ali. Quando Luane ouviu novamente sua mãe dizendo no sonho filha volte é perigoso eu não posso salvar você do abismo volte, ela caminhou um passo a trás, e novamente a voz da mãe, Luane filha volte, se der mais um passo cairá no abismo, nesta hora Delfina segura a filha pela mão ela acorda na beira do buracão e chorava queria sua mãe, Agda acordou meio atordoada com os gritos da prima, meu Deus dormimos aqui no mato, mãe perdoa a gente, estávamos cansadas perdemos a hora, a mãe abraçou e beijou as meninas, agradeceu a Deus por ter salvo Luane do abismo e disse vamos que a janta vai ter batatas fritas e queijo assado como vocês gostam. O pai de Agda pede desculpas as filhas e a esposa. Luane contou a tia e mãe, sonhei com minha mãe queria ir a seu encontro. Depois de muito carinho e historias as primas dormiram novamente. 
Texto escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de propriedade intelectual.

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