Poema Rainha

 Rainha 

Da cabeça aos pés,

a arte discreta de uma rainha

veste e cobiça um poeta.

No seu longo cabelo

como se fossem fios de ouro

sentados sobre os ombros,

cujo silêncio e firmeza em seus olhos

denunciam e barulham

toda sensualidade e fogo

dos seus estáticos lábios artesanais,

desenhados a bico de pena.

A elegância do pescoço,

posicionado no ponto alto 

da avenida central,

que atravessa entre seus seios e mamilos,

sem a permissão de vê-los...

Mas mesmo assim,

o poeta sente, toca e chupa

com o pensamento.

Nessa liberdade nunca dita

ou sequer permitida por ora,

ele percorre toda a arte

de todo esse corpo.

E de joelho, beija o umbigo

e se emociona

com o tamanho, 

desenho e delicadeza da flor

que pulsa, pulsa e pulsa...

Mas diante da grandeza

das duas dunas

sobre as grossas,

límpidas e lisas pernas

firmadas em pés delicados e doces,

o poeta lambe o mel

que mina da rainha

através da imaginação

denunciada pelos seus olhos 

sinceros, fixos e intensos.

Poetisa Luzia Couto 

Lei 9.610/98 

12/06/22

Ipanema Minas Gerais Brasil





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