Literatura | Conto | A chuva da tarde.

 A tarde estava chuvosa e bem escura, as nuvens negras ocupavam todo espaço no céu deixando uma sensação de noite escura destas que fazem terror, as matas pareciam gemer tamanho barulho faziam com os ventos. Os animais correram todos e aninharam nos currais, não se via um ser vivo no tempo parecia o fim de tudo, mesmo assim em meio a tantos trovões e ventos sua esposa estava na estrada como fazer para ajudá-la, se fosse a seu encontro deixaria 05 crianças sozinhas em casa, melhor era esperar e confiar na misericórdia divina. Ismael estava muito preocupado com Ivana as crianças choravam e perguntavam pela mãe, a chuva não parava já estava noite agora o relógio marcava 19 horas 04 horas já havia se passado desde que começou a chover, era hora de buscar socorro de alguma forma. Os vizinhos mais próxima era Donizete e depois Idalina se um deles pudesse ficar com as crianças ele iria a procura da mulher, ao chamar por Donizete sua esposa Aída disse que ele estava para a cidade desde a manhã, talvez não retornasse devido o mal tempo, chegando na casa de Idalina ficou sabendo das estradas que estavam cobertas de barreiras, pediu ajuda e deixou as crianças com a vizinha.
     Ivana havia deixado a cidade por volta das 14 horas quando terminou de atender suas clientes ela tinha uma clínica de estética ela e mais 05 sócias tinham uma clientela muito boa, vindas de todas cidades vizinhas, ela e outra amiga era formada em dermatologia, uma era massoterapeuta, e as outras esteticistas assim uniram o útil ao agradável, a clínica era grande e muito famosa. Na estrada quando a chuva começou ela parou o carro e aguardou como não passava resolveu pedir abrigo na casa de uma senhora ao lado da estrada. Sabia que seu esposo devia estar preocupado mas com tanta chuva e árvores caídas na estrada não conseguiria chegar ao sítio onde morava, ela gostava do lugar longe da cidade devido a qualidade de vida ser melhor e como tinham 05 crianças achou por bem morar no sítio onde morava desde solteira, seus filhos eram crianças adotadas duas meninas eram portadoras de deficiência física e exigiam muito tempo e cuidados especiais, Ismael desdobrava junto de mais uma baba que auxiliava até Ivana chegar, depois de muito tempo tirando galhos e troncos da estrada e tirando barreiras com enxadas o marido juntamente com dois homens que moravam nas terras do vizinho chegaram até onde a mulher estava, ela já havia deixado a casa da senhora e estava na estrada, porem tinha caído com a traseira do carro num buraco que a enxurrada fez, estava chorando e com muito medo, achava que teria que voltar a pé para casa da senhora e esperar alguém aparecer buscando por ela, nesta tarde as chuvas fizeram muitas vítimas e deixaram muitos desabrigados dizia o repórter da rádio local. A mulher ao ouvir pensou primeiro nos filhos como estariam e seu esposo estaria na estrada a sua procura.
    Ao ouvir vozes ela ficou animada deve ser Ismael, mas essa voz não é dele, aproximando mais vozes era outros dois homens que seguiam para outro sítio mais longe dali, em minutos tentou tirar o carro não conseguindo desligou fechou as portas e começou a andar fazendo o caminho de volta, era medrosa nunca seguiria só. Antes de andar muitos passos pode ouvir a voz do marido que dizia única esperança é que tenha pedido abrigo, ela gritou meu amor estou aqui, ele correu a seu encontro a beijou e agradeceu a Deus por ter preservado a vida da esposa, antes na estrada havia deparado com uma sena horrível seu compadre e dois amigos mortos dentro do carro caiu uma enorme pedra justo quando passavam na curva da morte como era chamada, havia abismo a baixo da estrada e um grande morro cobertos por pedreiras a cima,  desceu uma em cima do carro, matando os três, ainda teria que voltar chamar a polícia e avisar a família do compadre. Ivana chorou abraçada ao marido e perguntou pelos filhos ao saber que estavam com a vizinha ficou mais tranquila e procurou ajudar os homens a tirar seu carro, depois os 04 foram até onde conseguir um telefone e ligaram pra polícia, eles ainda estavam na estrada quando a prefeitura mandou vários homens e socorro para os que precisassem, foi uma noite horrível e muito cansativa, a chuva fez uma destruição que levaria anos para ser refeita, as crianças ficaram felizes com seus pais em casa novamente, as amigas da clínica deixaram ela folgar aquele resto de semana já era quarta feira, tão logo as estradas melhorassem ela voltaria iria comprar um Jeep avisou a Ismael, as famílias desabrigadas foram atendidas nas igrejas e prefeitura, ela voltou a trabalhar com mais empenho ainda, tinha um objetivo ajudar a comadre e suas crianças que perderam o pai, ela já havia adotado 05 quem sabe apareceria mais com tantas sem abrigo. 
Texto de Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação de qualquer natureza, do todo ou parte dele sem autorização prévia e expressa da autora. Os Direitos estão assegurados nas Leis brasileiras e internacionais de proteção à propriedade intelectual e o desrespeito estará sujeito à aplicação das sanções penais cabíveis. 

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