Literatura | Conto | A distancia e a decepção.


   Fim de tarde nublado domingo terminando, mais uma semana começa e com ela toda tristeza de quem está distante da família. Os dias passam lentamente a saudade aumenta e com ela a certeza de que não veria sua família tão cedo, isto machucava o coração de Ana Lucia que vivia muito distante de sua família e da terra natal. Um dia deixou tudo e todos e se aventurou num mundo totalmente desconhecido do seu, viajou dias para chegar a seu destino e finalmente encontrar aquele que seria seu companheiro para sempre assim imaginou. Quando encontrou seu companheiro aguardando por sua chegada emocionou-se, nunca havia visto homem chorar ainda mais sem motivos aparente, isto deixou a moça bastante pensativa, mas Feliciano disse meu amor estas lagrimas são de emoção de alegria.
Quando decidiu ir embora de sua cidade, tinha planos em mente começaria do zero, iria trabalhar ajudar seu companheiro e refazer sua vida, queria ser feliz e com esta certeza abraçou a chance e lançou-se no mundo. Feliciano era um bom homem, porem ciumento o bastante para não deixar ela trabalhar, e ainda por cima vigiava a moça 24 horas, quando saia para ir ao mercado ela pensava é a chance que tenho de ver pessoas e respirar fora desta casa, isto estava maltratando o amor que ela sentia por ele, a vida seguia quando falava com seus familiares dizia que estava bem, mas seu coração transbordava de saudades e os olhos de lagrimas. Um dia ele perguntou a ela por que chora por alguém tão distante, esqueça nunca mais à vera, foi então que decidiu iria voltar para sua família.
Depois de alguns meses passados os dois conversavam sobre família ela perguntou você não sente falta de sua família, imediatamente respondeu minha família é você e ponto final. Assustada cada vez mais com as atitudes do companheiro imaginava uma forma de sair dali. Começou a traçar um plano de voltar para sua terra, mas uma noite enquanto dormia sonhou com a fuga e disse em voz alta agora falta pouco em breve irei daqui. Acordou assustada, mas ele tinha ouvido e quis logo saber o que se tratava, ela meio atordoada respondeu isto mesmo vou embora e deixar você. O tempo fechou para eles, foi uma gritaria e um pedido de socorro pra Deus, eu quero ir não pode me segurar aqui, eu vim eu volto.
Na manhã seguinte levantou preparou uma pequena mala com suas roupas e saiu deixando o homem enfurecido. Quando estava na rua deu conta que não tinha dinheiro como viajar sem passagem, pensou, pensou, e decidiu ia sair andando pediria carona e ia para onde conseguisse, sorriu por dentro e seguiu. Na estrada ficou perplexa com sua coragem e agora nunca tinha pegado carona, mas ia conseguir e pediu pela primeira vez, era um caminhão grande o motorista um tanto feio, mas boa pessoa. Moca para onde vai? Para qualquer lugar que me leve daqui, estou decepcionada moço, o homem sorriu e calou-se passado horas tornou a perguntar, mas porque está só numa estrada e tão longe de casa, a moça perguntou qual seu nome? Aníbal, pois é s.r. estou voltando porque meu companheiro me prendia, era muito ciumento, um certo vou ajudar você. Ana Lucia agradeceu e calou-se. Já em uma cidade bem longe depois de muitas horas resolveu descer para esticar as pernas, Aníbal disse vamos comer estou faminto, ela baixou o olhar não tinha como pagar, ele disse vamos eu vou pagar, comeram bastante tomaram um suco e prosseguiram, a viagem era longa o caminhoneiro ia para São Paulo. Depois vai para onde Ana? Não sei ainda, mas em SP eu tenho que ficar né, sim a menos que queira ir comigo em outra viagem para mais longe ainda, ela sorriu e disse porque não, estou perdida mesmo, mas é sua família? Precisa voltar para eles, s.r. eu ainda não sei como vou fazer estou sem coragem de enfrentar minha família depois de tanto desgosto que causei a eles quando sai de lá, eles não aprovaram eu fugi e vim parar aqui.
Já estavam no destino de Aníbal e agora como faria? Mas Deus sempre ajuda quando precisa, assim pediu Deus me ajude novamente, olha Ana aqui é a rodoviária vou comprar a passagem para você ir encontrar sua família, eu tenho a minha e sei a falta que faz, eles vão ficar felizes com sua chegada, olha não pense negativo erga a cabeça e vá retorne para as pessoas que te amam de verdade e sentem sua falta, ela chorou e abraçou o homem que lhe ajudou mesmo sem lhe conhecer, agora s.r. Deus abençoe por tudo que fez por mim, certo agora leve este dinheiro para comer na estrada, quem sabe um dia poderá fazer o mesmo por seu semelhante, o ônibus saiu ela ficou olhando pela janela o caminhão se afastar, agradeceu a Deus e prometeu nunca mais abandonar sua família por alguém desconhecido.

Texto escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte desta obra, sem autorização expressa da autora sob pena de violação das Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de propriedade intelectual.